Total de visualizações de página

terça-feira, 28 de junho de 2022

 Se sonhar fosse trocar de lugar com outrem?

A quem importa o significado destes conteúdos?

Sem inspiração pra escrever, 

cresce a aspiração de ser maior espiritualmente

te leva aos recônditos confins da terra

e lá te enterrar as dores

de lá nascerá a dor de teus sonhos e pesadelos

o desespero do homem que nubla toda a face

abelhas e joaninhas que pousam em ti

são sinais do mais além

pra que não fiques aquém 

de tuas insignificâncias

e as significancias e impulsos espirituais

não te livrem da terra e da morte certa

sem pernas não fiques no mundo

não voes além daquilo que és

por creres num ideal irreal

e se percas em nuvens nubladas de céus estrelados acima

vãs esperanças

constelado o mistério do prazer e desprazer

ouroboros que urge e surge na noite

se despedaça ao amanhecer

adormecer

as mãos de perder a razão e inspirar o entardecer

da vida, que te espera, 

de morte certeira que te aguarda

de encerrar as vãs palavras de um poema insípido

intenso e esotérico.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Uma Árvore

 Numa árvore 


Neste dia celebramos o morrer

de criatura envelhecida e 

carcomida pelo pecado e virtudes


salvação "delirante" em Atenas

Lá está escrito apenas espere o alvorecer

naquele momento está a verdade coabitada


nesta data presencia-se luxúria sagrada

de fecundos vales e picos deslumbrantes


O sacrossanto destino acumplicia-se

da namorada celeste

na morada terrena e plena de curvas

retas sem fim de planícies de entardecer


terra molhada eterna morada de ternuras

temperanças em prados de méis

féis aprazíveis em desprezíveis lábios

de ladinas a feiticeiras 

ancoradas em encantos dúbios


não lhes prestarei mais culto!


o passado oculto e sepultado, 

dali nasceu um broto

agora árvore frondosa em minha fronte

de fronte ao lago, um reflexo

a especular sobre minha existência

aprofundar-me na terra

para subir as alturas 

em terra terna é eterna a divagação

em círculo e retorno e me vou

para além de mim mesmo

só pra me encontrar a Ti numa árvore

terça-feira, 11 de maio de 2021

Redenção


 E se a certeza fora a ser aquilo que é pra ser?

O incerto é o negrume que infecta de vida da terra da alma

Enxerto de vida são as dúvidas, 

o obscuro lugar de descanso para

aquele que escuro ali não é

posso dormir em paz


animal da noite, serpente do paraíso

o fluxo das águas debaixo são doces

e amargo do café, negro como a noite

pertencem a imensidão do Ser

é digno, vive e pulsa

terça-feira, 26 de maio de 2020

O medo

O medo 

o medo acima de tudo
é o medo de morrer
é a própria morte
O nó que me amarra a goela
E esgana a minha alma
É coberta gélida
que faz o dia verter-se em noite em plena luz!
que me congela com indiferença
com tentáculos de ossos
e sorrateiramente me cobre
quando me distraio
em felicidades sem fim
o medo me cobre

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Vago pra me encontrar

Vago pra me encontrar
em ambientes vago...
ambientes vagos...

Vagarosamente
"devagar e sempre"
ando, sem parar
Vagando
buscando uma vaga
para minha vacância
aqui  faltar

ah, alugar!
há lugar
um lugar
pra preencher
devagar
para "desvagar"
meu coração 
e menos vago ficar

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Celestial Ilusão

Me sinto um tanto
arrebentado
por dentro
escorraçado
despedaçado, não sei
é como se um lente negra cobrisse meus olhos
todo o tempo,
obscurecendo
evanescendo...
Eu
nesses tempos
como que um peso de chumbo
pendulasse em meu coração!

Então, paixão?
Desespero pra quê?
Esperar mais um dia amanhecer
esperar essa dor morrer
e fazer nascer uma nova aurora
de prata
lunar
o celestial arrebatamento
Serenidade até o momento

Olha quem morreu!
Fui eu! Fui eu!
Outra vez, fui eu, fui eu!
(culpa nossa de cada dia)

Um dia eu fui
e não voltei mais
só pra retornar
de vez em quando!
Sabe como é né?
Então...
praia
sol
E um pouco de pinhão
subir a serra
cerração
correção
coração
sem ação
congelei!
eu congelei
de novo
e de novo eu!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Abandono

Tenho percebido toda minha indelicadeza, oh minha alma
percebo que apenas quando dói meu peito
que venho te visitar nessas singelas palavras
Mas será isso tudo que tenho para oferecer?
estou eu invertendo a ordem das coisas?
Serei eu o agraciado pela visita da alma, que me graceja com a
importância de suas sagradas palavras?
Esta sangria em meu coração, não seria seu fluxo de amor?
este sangue que escorre e queima meu peito
esta tristeza que me aproxima da morte
este desencanto que a nada parece me levar,
me conduziu até aqui...
meus pensamentos que vagam em torturas
está difícil de ver os horizontes
como numa noite ou princípio de manhã,
uma alvorada enevoada coberta de brumas de dúvidas
A paz  me deixou, é ocupada pelo vazio
O comichão infernal de perdidos paraísos
a inconstância da beleza que sempre me visita
e torna a fustigar-me,
oh minh’alma!!
essa dor de existir, de não existir, de duvidar de uma realidade
de duvidar, mas sentir o peso,
o pesar de viver sem morrer
e vagar pelos desertos de uma existência sem fim, de dores
inexprimíveis!
Contorce-se dentro de mim, meu angustiado coração
a competição entra em uma rota desesperadora
apenas lágrimas salvar-me-iam da forca,
deste aperto afetivo
O peso de estar aqui me comove, me abate,
decifra-me o odor dessa espelunca infernal!
meu corpo está repleto de desejos
meus lábios não se saciam
então me entrego a esta negra noite, que me abraça
me deixa nesse profundo inferno,
que obscurece a vista em olhos repletos de luz!