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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Da queda de Adão até aqui


Essas fantasias em minha mente
A queda de Adão ainda é tão recente
Eu sinto meu coração dormente
De tanta dor
A agonia me paralisa
Meus olhos enchem-se de lágrimas
Eu sei da solidão que agora estou
Sou eu tudo o que restou?
Olho a minha volta e percebo
Sou aquele mesmo pobre menino que rezou
E deus o recusou, não curou seu salvador
Seguiu então desorientado por dentre os fantasmas que iludem a muitos
Ah, ideologias e religiões!
E muito ele desejou ser iludido, ser feliz
Todas as máscaras lhe parecem alegres, exceto quando ele olha no espelho
Então contempla a face do desespero
Por falta de tempero, de calor mexicano
Um pulo no oceano, relembra o quanto andou, refresca-se com um copo de água
E observa o quanto trilhou. Agora deitou e descansou.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ars

Através do véu das mentiras e doenças
Passarei adiante dos portais da dor e encontrarei minha noiva
Vestida de escarlate como a grande babilônia
E será só minha a luxúria e o prazer efêmero
Então na frustração encontrarei meu desígnio sagrado
Um sacro ofício em prol da minha humanidade decadente
Minhas mãos trêmulas acariciam o cadáver do rei morto
Cercado por lobos vorazes que sentem o cheiro real
O fogo os cozerá e em cinzas, da nobreza crescerá como uma bela rosa
Dentre espinhos escarlates
Não há mais sentidos nas palavras carnais
Um sentido mais profundo para o rapto da noiva
até o mais profundo do Hades.
Os infernos não são hostis, e as hostes celestiais não assombram
Estou comigo mesmo na batalha final
A derrota certamente virá
Mas como o herói helênico deve renascer,
Como filho dos deuses e homens,
É participante das duas naturezas como o Cristo e Heracles
Mas não esqueças homem que és pó, mas é tu espírito e alma
E o deus é em teu seio ardente, flama da tua verdade única e individuativa.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Lá no fundo

Estudando as nuanças de meu caráter
percebe-se tons que emanam de detrminadas regiões
e como um aroma seguem seu caminho sendo atraídos pelos
seus respectivos olfatos.
Minha experiência tem degustado os mais diversos paladares
E as cores são estranhas
mas fascinantes!
o profundo e escuro pode ser menos ameaçador
sob a luz de uma vela
mas sua sedução pode ser o laço de morte
seguir o fluxo de um rio pode se levar a uma corredeira
ou uma hidrelétrica
minha impaciência sugere nadar contra, para evitar tropeços
minha preguiça me puxa para o fundo de um lago
onde me afogo em tanto extase acídico
que reencarno num bicho-preguiça
minha fé é renovada pela luz do luar
então estendo minhas asas e começo a voar,
planando por planícies frutíferas e verdes
é noite mas as cores me fazem sentido
há vida e a morte é transitória
dominam o púrpura e o verde
das tonalidades de preto eu gosto das mais escuras
com minha lanterna me aproximo do abismo
e percebo a multidão de espécimes que lá tem
lanço meu anzol cuidadosamente e percebo que a fumaça
sobe enquanto meu entendimento desce
estou surdo mas percebo pelo tato os sons agudos
meu coração vê a realidade de outra maneira
o inconsciente, lá no fundo é um pote do tesouro.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Como é belo o sol.

O anzol que é lançado
em alto mar
em busca do sagrado alimento
O peixe, a prefiguração da era do santo cristo
Os astros alinhados numa configuração que reflete
no comportamento humano
a tristeza da casa 12
O signo de peixes, e seu martírio finalizado
alimento para toda humanidade
o último suspiro de um herói
ele se esquece da sua imagem humana, e se entrega a deus
e desce a cova profunda da terra em busca de respostas...
dá liberdade aos demônios cativos no inconsciente
e volta incorruptível na primavera
anunciando mais uma colheita na casa do pão
e do vinho

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Desrazão a serviço do aquém?

O sonho em seu caráter simbólico representa o desejo da totalidade inerente a cada ser. O desenrolar dos fatos e tragédias do dia a dia demonstra quão afastados de nossa natureza original. Estamos longe. Evoluímos de maneira torta e doentia. Cremos na ilusão da razão.

Estou preso nas cadeias da razão
Minhas mãos e braços não podem
Pintar um quadro de minha atual situação
O sofrimento se torna insuportável
O peso do mundo em meus ombros
Meu coração emudece, é reprimido pelo controle
Absolutista de uma mente voraz
Meu desejo é de ser livre e compor uma canção
De esperança e perdão
Um novo caminho trilhar, uma estrada de ouro construir
Ser redimido pela cruz
Que cruza e unifica
Mata e sacrifica
Purgando a enantiodromia
Voltando para mim, o meu ponto central

Enrijecido por dentro
meu coração parece uma geleira
De pedras frias
Do nada a lava vulcânica
Para equilibrar e purgar minha alma e dar um sopro redentor
Onde eu perdi meus passos?
Que amarrou meus pés assim?
Qual caminho trilhar?
Já fui pra lá e voltei pra cá
Entregando minhas convicções a descasos e infortúnios
Nada parece ter solução
Minha percepção outrora aguçada
Onde está?
Meu pranto das profundezas da terra sufocada
Clama por sangue
A ira me consome
Pois tapei meus poços
Entulhados de entulho
Onde levará essa auto-sabotagem?
Quero trilhar a estrada real e descer aos infernos
Libertar os cativos
Ressurgir glorioso a superfície
Com os conteúdos que eu oprimia e me combatiam
Como parar a persistência unilateral?

black and white Fairy tales

Uma fada no muro de minha casa
Monta guarita guardando o templo
Lança um anzol for cima dos cabos de baixa tensão

de 380 volts no máximo
Nisso consistia seu absurdo trabalho
em um sonho preto e branco
Era noite e eu a espreita para tomar o que era meu
A fada me protegia me guiava na escuridão
eu subia, as paredes escalava como se fossem horizontais
havia algum mal ali dentro
Na casa-templo do sonho preto e branco 
A fada mediava, mas me ajudava
parecia saber do meu fabuloso intento
me acolheu como nobre invasor
algo me observava, o olhar penetrava minha espinha
como uma gélida lamina aço me partia ao meio
era o medo.
me invadiu e as nuvens se esvairam
recobrei a consciencia
era apenas sonho
e se foi o sonho preto e branco

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Doses

Mas nos marca tanto e tão profundamente
poderia não ser assim, não achas?
mas será que teria esse sabor açucarado na lembrança?
esse amargo forte da desesperança...
de ter aberto tão profundamente e mostrado mais de minhas entranhas do que queria
(eu queria?) do que era necessário. (Era necessário?)
o que queria?
o fio da navalha da verdade me corta como um habilidoso cirurgião com seu bisturí.
a culpa e os pesadelos são cirurgias sem anestesia
dor cor, calor...
tudo é vívido e mortal
vital como a poda de uma planta
apesar de achar que não precisaria doer tanto para crescer.
Devaneios infantis!
se eu quiser ser assim
aprendiz
assim deve-se seguir
na dor e na profunda paixão
num sonho em outra ilusão.
Verdade? duas doses de serenidade!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mas não o vê.

O drama retroalimentado pelas suas visões infernais
O mundo em chamas apenas em sua mente.
Não vê que suas mãos talham seu destino que lhe parece cruel
Os infortúnios deixados por outros, são de sua própria maquinação
e as sombras que encobrem teu leito são as suas!
Forjando sua falsa doença
a catástrofe em sua vida é seu alimento
seu drama diário, seu delicioso tormento.
São fantasias bem articuladas de um seio que deseja acolhimento
suas sombrias tendências não tem explicação.
Engolida pelo vortex de sua própria contradição
destrói moinhos de ventos quixotescamente
e não se desilude de sua condição medíocre.
Implora o auxílio, mas ainda tem forças
suga as forças do outro com seus lamentos sombrios
Assombra a calma de um pobre coitado
com seus relatos de dor
de sua própria fantasia
e sufoca a todos com sua falsa agonia
Luta e geme em seus profundos delírios

um terreno desencantado profundo e distante
Sonhos infantis ocultos a noite a espreita de um instante
ânsia de satisfazer os desejos pueris de um coração infame
esfaqueia a si mesma e bebe de seu próprio sangue.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

no name nothing

Um falso artifício para
expressar uma verdadeira realidade
algo plástico e artístico que me corrói
que impõe a literatura a fluir
um lirismo infernal, como teclas pressionadas
em um catedral gótica
harmonizando com uma sinfonia de um velho filme
um sussuro me diz as sentenças maliciosas
e todo o mecanismo se aciona
tão falsamente expressando uma dor
não merece um título por isso
não há nome para esse poema
tão falso quanto verídico
vive nas brumas dentre a realidade
e as quimeras fantasiosas
do ser energúmeno que as dita
odioso e frenético,
como um ditador do sheol
me ponho a jorrar rios de imundície
águas rotas e sentimentos profundos
obscurecidos como o petróleo
forjado nas profundezas mais antigas
da terra

(Inner J)

In silence i fell sleep
Silently at the gates of my birth
Remembering her voice
Who has forgotten?...Just like never been heard again
It was buried into deep sea of mire
The mud over me was choking my sanity
And it decrease slowly like a lucid dream
A sensation from far behind
From my youth in a game of ball
Now it’s Just spins
No where to flee, no where to rest
Just in madness, laying in my unconsciousness
the pillow of thorns so confortable for me
My anxiety or depression?
What shoud it be?
I’m in the sea, away and lost.
Like a sea of tears
Floating in darkned fantasies

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Os olhos de um mundo

Toda beleza e incerteza,
todo vírus psíquico e cura medicinal.
Nos olhos daquele que quer ver
Eles podem ser tão belos como os seus
Ou falsos como os meus
Doces como os da minha amada
Tristes como de meus inimigos!
Alegres como o do pierrô,
Sábios como o do velho,
Curioso como o da criança,
Sensíveis como o ouvido dos cegos!
Encantadores como o das fadas,
Ou até obscuros como o do assassino
Não importando a magnitude ou da localidade
Sempre há olhos que vêem
E quem diria os mistérios do mundo estão na menina?
Na tua retina guardados com seu próprio afeto

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Machadadas na escuridão

Quem trocou meu coração por um pedaço de chumbo?
Quem trocou minha sensibilidade por um bloco pesado de granito?
Meu amor virou ódio, a compreensão azedou-se em intolerância
O amargor em meu seio corrompe minhas idéias.
Quem colocou em minha mão esse machado?
Que discerne, fere e decompõe?
Onde está o juízo equilibrado e são?
Quem está no controle disto tudo?
Minha sábia orientação manda calar-me
É hora de recolher-me para as trevas
De estampar uma placa de ausente
Talvez sorridente, mas só se solicitado
Pois estou ausente de compaixão e discernimento

Tenebroso inbriante!
o urro do animal ecoa numa caverna.
As gélidas mãos revelam um coração em chamas
Envenenado e apodrecido
Um ardente desprazer, desgosto em apenas observar
Deseja soltar as amarras e satisfazer seu desejo,
sua função.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Muro

Quando arde em meu seio
A ira sagrada, ela cresce
Depois que o sopro animoso me contaminou
Minhas lamentações não caberiam neste muro
Rogo-lhe que não me importunes mais
Não sei quanto tempo ficarei aqui
Sozinho, murmurando minhas dores
 Meu fardo pesa
Devo sorrir e sorrir!(ironicamente o faço)
Enquanto o mundo em meus olhos queima
A doce fantasia angelical
De ver o mundo ardendo em chamas infernais.
Ser renovado pelo sol.
Agradáveis ilusões egóicas
Sempre desorientado neste campo de miragens
Enquanto o sol queima apenas minha pele
E minha alma ainda arde no inferno.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O descansar dos deuses

Lançando-se ao abismo como o tolo
Em busca de uma eterialidade inócua
Uma partícula da substância primeva
A mão criadora do universo dentro de cada pedaço
De carne morta e sangrenta disputada na boca de abutres e chacais
Toda a poluição e desintegração não natural
Uma impostura diante do sagrado sono dos deuses
Incomodando o santo, importunando Gaia
Causando inundações em todo o lugar
Enquanto os olhos do Senhor apenas olham
Com desprezo e escárnio.
Morte ceifada pelas suas próprias mãos,
um destino trágico traçado!
Em um livro antigo, mentiras deslavadas, antiqüíssimas...
Levam-nos a confirmações destas palavras
Através da mentira e vazio
De nossas existências

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Curiosidade de um empecilho.

Eu suponho que minha existência há
Vento de sobra para entreter-me
nesses devaneios sombrios

Há esperança o suficiente para que
num inverno não se morra de frio

Tenacidade o suficiente para quebrar
e querer concertar, e até
atravessar um rio

Há amor o suficiente para matar
sufocar, ressucitar e até
gerar um filho.

A esperança nasce verde
de uma espiga ainda verde
e torna-se amarela como o milho.

Triste é, porém quando a morte se achega
E como se enxerga nesse lado do mundo
Dá até calafrios

Se separa a alma do corpo fatia-se o espírito
Mata-se o sagrado e estupram-se as virgens
E isso não causa arrepios

Não mais! Há tanto desinteresse e apatia
O desanimo no sentido de descolorir as coisas
Mas ainda há esperança de num mundo melhor,
Algo que se tornou tão frio?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Anamnésica Fenomenológica


Não é uma questão de culpa ou insanidade
A intensidade me invade
Assertividade me abandona
Os olhos do outro não podem me ver
Não vêem a neuroticidade de meu coração
Minha paz não há repouso
Minhas mãos escrevem
Dissertam sobre minha alma
Procurando um por que
Mas como?
Escrevendo, digitando...
Lembro-me de uma bazófia agora.
Dói-me o coração
Mas é responsabilidade minha? Só quero um ouvido gracioso para minha queixa
Um alento para meu peito
Uma cola para meu coração
Desperto de olhos fechados
Desesperado mas não está fora,
Não é solução o que busco
Mas compreensão me parece de melhor embalagem
Narração anamnésica fenomenológica
Isso acontece juntamente com aquilo
Igual medicina oriental.
Não falarei a ninguém não mostrarei a ninguém meus versos
Minhas dissertações, minhas auto-orações.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Epifania Sincrética

Sua epifania se não

aprovada pelo crivo da

sua preciosa simetria
Pouco lhe importa,
não tem valia.
o espírito inquieto
o observador arquiteto
parametros de uma busca
no fundo do seu oceano
pra ser mais demasiado do humano
Um ruach, um respirar
o mundo espiritualizar
formas almejar
até a mente fatigar
alcançar?


sexta-feira, 30 de março de 2012

O Púrpura Outono

O outono trouxe consigo sua angústia púrpura
A fatal e sedutora letargia
Forma-se na frieza
A indecência de um toque gelado
Levando embora os verdes prados
sonhados de outrora
Numa primavera florida
E as paixões dionisíacas Agora deixadas para trás.

Imaginei.



Me vejo perdido



Como se estivesse num dia enevoado em um lugar estranho



Pensei que nosso mundo fosse algum dia



Um lugar bom para se viver



Acreditei que as pessoas se tornariam boas



E que um dia tudo isso fosse mudar



Sempre foi alimentada a esperança



De o futuro ser o melhor



Mas a decepção nos contamina



Com desesperada desesperança



Uma desamparada desconfiança



Os sonhos de um novo mundo se queimam

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Quando não há mais palavras


Quando faltam as palavras sobram as flores,
vermelho da paixão, os espinhos das dores
A poesia que se esconde atrás de uma rosa
Incontida em tamanha beleza, assemelha-se
a da minha amada
Jorram através de seu perfume,
e da maciez de suas pétalas versos indizíveis de ternura.
Assim como estas rosas vermelhas como a paixão
e seus espinhos dolorosos
manifesta-se todo o mistério do amor
prazer e dor
E é a ultima e suprema maneira de dizer que
Eu te amo

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Velocidade da Luz


Perdi o curso original?
cruzando uma imensidão desconhecida
numa viagem interestelar
nos limites da velocidade da luz
em busca de conforto, um lar e amor
eu parti
pra mim pouco se passa,
para a vida uma eternidade
deslumbramento e terror acompanham-me nessa jornada
Não me lembro onde me perdi
mas muito do que já vi parece não haver mais
as eras fizeram a distorção da vida de outrora
as estrelas antes poderosas e imponentes
não existem mais, perderam sua atratividade original
fazendo o caminho de volta
percebo que nada é igual como outrora
e um novo sentido
devo buscar em cada nova aurora

domingo, 15 de janeiro de 2012

Ilusões


Não nego nos meus segredos,
trevas invadem as janelas do meu quarto
assim como a dor aperta meu coração, minha comoção
em reverência, por sentir a ausência
simples assim, nessas trevas queria cuidar e amar
sentir a pele na minha e ver dormir,
depois acordar e amar mais e mais
juro a mim mesmo que só queria em meus braços agora
acordar desse sonho
e sentir o corpo suado sob o meu
minhas mãos ainda anseiam pela textura dessa pele
meu quarto ainda pressente o calor,
e ele irá voltar
não importando a face,
mas o toque será o mesmo
e o buquê de aromas floridos
ainda retornarão a me inebriar

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Febre Cinza


Acordo-me sufocado no bege
com o coração entristecido e só.
Parece que não me há uma voz aveludada por hoje,
que questione a minha situação.
Nem ao menos um ouvido gracioso
pra extrair minhas queixas.
Ao que me parecem,
já enraizadas nas profundidades do meu ser.
Como se uma mão brualmente
segurasse a minha garganta,
me estrangulando.
É como se houvessem também,
vários dedos rotos apontando
em minha direção
e furiosamente me culpando.
O silêncio é meu idioma
e das pontas dos meus dedos
saem as palavras.
Pois minha língua não pode mais alcançar
tal escuridão e os ouvidos
não ouvirão tal distorção da realidade
sem um filtro poético.

Amarelo


Dia claro, tons de dourado e sinceridade!
amarelo e bege invadem meu quarto,
Como espigas de trigo em campos sem fim
Um dia agradável.
Um pouco de trabalho, outro tanto de fome
depois da noite com chuvas de verão,
um dia normal e ameno
parece que minhas janelas
captam um pouco mais de cor agora
e não sei se isso é tão bom.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mar Negro


Por novas trilhas diariamente
eu fecho meus olhos e concentro-me
em mim mesmo, no meu mar negro
salpicado pelas estrelas lá longe tão distantes
e as ondas como que tentassem alcançá-las,
as alturas heróicas seu brilho eterno.
Nessa negra noite da alma cercado pelas águas onde
estou a deriva, só a eternidade dos astros e seu brilho real,
que percorrem os universos,
para que meus olhos contemplem
sua luz.

Nessas ondas densas de trevas sem fim arde uma chama,
um desejo tão primitivo que não pode ser chamado de vontade
Tão poderoso e sem forma
que não se conforma somente em nadar e nadar
quer sentir o brilho da vida num céu apanhado de estrelas
sem uma lua escarlate, mas sim com uma dourada.

Fogo no céu



Só se eu pusesse fogo em cada lembrança,
Em cada circuito cerebral
que me força a lembrar de tudo o que passamos.
Cada abraço cada aroma, cada sexo,
cada fragrância de flores penetradas
na luz solar dos seus olhos alegres de quando eu te tocava.
No teu sorriso que agora é morto, sem vida, sem expressão.
Ousadia minha considerar apenas por minha causa a sua destruição,
mas ainda colocaria fogo em cada rua em que passamos,
em cada paisagem que vimos, fogo em cada lembrança,
cada carta que me escrevestes e em cada sinapse.
Em cada cidade em que estivemos eu colocaria fogo,
para ser purificado para lavar e levar essa minha corrupção
esse meu desmembramento .
Atearia fogo a mim mesmo e esqueceria e
queimaria e viraria cinzas e seria esquecido,
mas não te esqueceria.

Meu reflexo no mar



Agora pareço que vou me afogar
que vou pra sempre delirar
enlouquecer pra sempre.
e nunca mais voltar desse mar de ira
de ressentimento
não posso esconder essa escuridão
que toma minha pele e muda minha feição
destrói minha afeição
essa escuridão, esse azul profundo do mar revoltoso
vai me partir ao meio
não vai me mastigar
e vai me engolir inteiro...
lá dentro com os monstros devo me comunicar
me fundir a essas obscuras criaturas
esses dragões de sabedoria
arrancar essa dor, assimilar essa dor
esquecer-te.

Plumas


Um travesseiro tão nostálgico,
e cheio de pregos e espinhos...
infeccionam meu sono,
minha mente se corrói nessas dolorosas lembranças...
Coração? talvez não o tenha mais, se o tiver sangra,
jorra sangue como uma cascata de dor.
Tórridas lembranças de outono,
lascivas esperanças de um nada verdadeiro.
Como se caçasse vampiros
e fantasmas em uma igreja
numa noite obscura.
A luz nunca me esteve.
A cura, dizem que não há.
Mas por que eu a busco
nessas trilhas tão convidativas?

Serena
















A lua em sua sinceridade demonstra todo o mistério que a noite oculta,
a noite é mais honesta que o dia, me faz desejar mais os raios do deus sol
a contemplação das poucas luzes e cores, do brilho magnífico das estrelas
do provável perigo e da constante incerteza que nos rodeia
faz as cores dos azuis do céu se amplificarem durante o dia
e o verde das arvores juntamente com o colorido das flores
uma melodia
alegre e cheia de vida
e no repouso noturno, um negro manto de descanso e quietude
fundamental e vital pois a vida transcende a morte, mas a morte faz parte da vida
tudo por ser um ou ser outro
talvez seja só querer e ter a vontade que pode ser ao mesmo tempo
os dois.

Sempre assim














Como uma peça que não encontra seu encaixe em um quebra cabeça
me sinto distante de mim pra poder encaixar
como um forasteiro em recém chegado a uma cidade em que a cultura lhe é hostil
eu tenho que me buscar, em mim só em mim
como se não tivesses ouvidos pra escutar
e apenas frias paredes a me acalentar
sigo sem corrimões em uma escada sombria
não sei se o subir vai me deixar por cima
mas subo, como se houvesse algo mais me esperando
ainda crendo, ou desfalecendo, minhas convicções, uma a uma
e a corrosiva falta de algo
Uma metade? Alguém? é fora isso que busco? de onde vem esse desejo?
de sentir como nunca antes, mas tudo parece tão embotado e amarelado com o tempo
Só permanecem os olhares perdidos delineando aqueles alguns horizontes

No fim me encontro (?)















Perdidos em labirintos semânticos
Florestas de espinhos indolores, mas profundos,
caoticamente catalogados e distribuídos nas inconsistências sempre presentes...
Frutos do nosso cérebro? Comunicação com dragões da sabedoria?
Não há nada de novo debaixo do sol?
Corpos celestes precipitados no abismo, agora sem face, pois a ultima chama se apagou...
O inferno secou, e há sangue nos céus...
Escorrem na minha cabeça como uma culpa sem fim vítimas da originalidade de um pecado! Condenados a nada, livres de tudo, e pra sempre esquecidos,
lançados ao mar, destroçados pelo vento,
mutilados por espadas dor e corrupção...
Uma janela terrível! Não há mais amor! Nunca houve..?