Um falso artifício para
expressar uma verdadeira realidade
algo plástico e artístico que me corrói
um lirismo infernal, como teclas pressionadas
em um catedral gótica
harmonizando com uma sinfonia de um velho filme
harmonizando com uma sinfonia de um velho filme
um sussuro me diz as sentenças maliciosas
e todo o mecanismo se aciona
tão falsamente expressando uma dor
não merece um título por isso
não há nome para esse poema
tão falso quanto verídico
vive nas brumas dentre a realidade
e as quimeras fantasiosas
do ser energúmeno que as dita
odioso e frenético,
como um ditador do sheol
me ponho a jorrar rios de imundície
águas rotas e sentimentos profundos
obscurecidos como o petróleo
forjado nas profundezas mais antigas
da terra