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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Abandono

Tenho percebido toda minha indelicadeza, oh minha alma
percebo que apenas quando dói meu peito
que venho te visitar nessas singelas palavras
Mas será isso tudo que tenho para oferecer?
estou eu invertendo a ordem das coisas?
Serei eu o agraciado pela visita da alma, que me graceja com a
importância de suas sagradas palavras?
Esta sangria em meu coração, não seria seu fluxo de amor?
este sangue que escorre e queima meu peito
esta tristeza que me aproxima da morte
este desencanto que a nada parece me levar,
me conduziu até aqui...
meus pensamentos que vagam em torturas
está difícil de ver os horizontes
como numa noite ou princípio de manhã,
uma alvorada enevoada coberta de brumas de dúvidas
A paz  me deixou, é ocupada pelo vazio
O comichão infernal de perdidos paraísos
a inconstância da beleza que sempre me visita
e torna a fustigar-me,
oh minh’alma!!
essa dor de existir, de não existir, de duvidar de uma realidade
de duvidar, mas sentir o peso,
o pesar de viver sem morrer
e vagar pelos desertos de uma existência sem fim, de dores
inexprimíveis!
Contorce-se dentro de mim, meu angustiado coração
a competição entra em uma rota desesperadora
apenas lágrimas salvar-me-iam da forca,
deste aperto afetivo
O peso de estar aqui me comove, me abate,
decifra-me o odor dessa espelunca infernal!
meu corpo está repleto de desejos
meus lábios não se saciam
então me entrego a esta negra noite, que me abraça
me deixa nesse profundo inferno,
que obscurece a vista em olhos repletos de luz!