Eu suponho que minha existência há
Vento de sobra para entreter-me
nesses devaneios sombrios
Há esperança o suficiente para que
num inverno não se morra de frio
Tenacidade o suficiente para quebrar
e querer concertar, e até
atravessar um rio
Há amor o suficiente para matar
sufocar, ressucitar e até
gerar um filho.
A esperança nasce verde
de uma espiga ainda verde
e torna-se amarela como o milho.
Triste é, porém quando a morte se achega
E como se enxerga nesse lado do mundo
Dá até calafrios
Se separa a alma do corpo fatia-se o espírito
Mata-se o sagrado e estupram-se as virgens
E isso não causa arrepios
Não mais! Há tanto desinteresse e apatia
O desanimo no sentido de descolorir as coisas
Mas ainda há esperança de num mundo melhor,
Algo que se tornou tão frio?
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